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TRATAMENTO

 

Tal como acontece com as drogas tradicionais de abuso, os “sais de banho” podem ter diferentes graus de toxicidade, conduzindo a efeitos potencialmente adversos, que podem colocar a vida em risco (Aoun et al. 2014).

Ainda não existe nenhum antídoto específico para casos de overdose por catinonas sintéticas e ainda existem poucos dados publicados sobre estratégias de prevenção e tratamento específicos (Rosenbaum et al. 2012). As práticas atuais são baseadas na experiência com outros agentes simpaticomiméticos. O tratamento é de suporte e dirigido para os sinais e sintomas (McGraw 2012).

Assim, pode ser necessário recorrer a sedação, com o recurso a benzodiazepinas, para controlar sintomas como a agitação, convulsão, taquicardia ou hipertensão. Se a hipertensão é persistente, devem-se usar vasodilatadores como a nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio, evitando-se o uso de antagonistas β-adrenérgicos que poderiam exacerbar a hipertensão, devido a estimulação α-adrenérgica (Rosenbaum et al. 2012). De facto, agentes bloqueadores β-adrenérgicos, como o propanolol, não são contraindicados, mas devem ser usados com precaução. Como os “sais de banho” causam geralmente uma resposta adrenérgica forte, inibir os recetores adrenérgicos poderia conduzir a uma estimulação esmagadora dos outros recetores (figura 1) (McGraw 2012). 

Figura 1: Tratamento de suporte em caso de overdose por catinonas sintéticas.

De acordo com o American College of Emergency Physicians, as benzodiazepinas são o agente de primeira linha preferido, uma vez que têm um início rápido e de curta duração. Como várias doses de benzodiazepinas podem ser necessárias para atingir o efeito clínico desejado, o paciente pode vir a sofrer de depressão respiratória (McGraw 2012).

Quando o paciente é hipertérmico, a própria sedação pode ter um efeito benéfico, pois diminui a hiperatividade muscular e as necessidades metabólicas do corpo (Rosenbaum et al. 2012).

Depois de receber várias doses de sedativos e medicamentos anti psicóticos, a psicose, delírios e alucinações dos pacientes começam a resolver-se, mas logo é substituída por sintomas de depressão, tristeza e pensamentos suicidas. Pacientes com pensamentos suicidas devem ser avaliados por um psiquiatra, de modo urgente (McGraw 2012).

 

EXAMES LABORATORIAIS A REALIZAR

 

Pacientes sintomáticos devem realizar eletrocardiogramas e deve ser controlada a sua temperatura corporal. Devem ser avaliados diversos parâmetros bioquímicos como a proteína C reativa, eletrólitos, provas de função rena/hepática e enzimas cardíacas. Estes pacientes devem ser monitorizados até resolução dos sintomas e alterações dos sinais vitais. Os pacientes com hipertermia severa, convulsões recorrentes, coma, arritmia ou necessidade de intubação devem ser admitidos para um ambiente de terapia intensiva (Rosenbaum et al. 2012).

Identificar especificamente "sais de banho" como o agente causador de uma psicose do paciente não é tão importante como oferecer os cuidados básicos de saúde para ajudar o paciente. Como os sais de banho entraram apenas recentemente em uso difundido, a maioria dos hospitais ainda não desenvolveu a capacidade para testar os seus metabolitos, sendo necessário o envio de uma amostra de urina para um laboratório específico para análise (McGraw 2012). 

 

BIBLIOGRAFIA 

Aoun EG, Christopher PP, Ingraham JW (2014) Emerging drugs of abuse: clinical and legal considerations. Rhode Island medical journal (2013) 97(6):41-5

 

McGraw MM (2012) Is your patient high on "bath salts"? Nursing 42(1):26-32; quiz 32-3 doi:10.1097/01.NURSE.0000408493.33519.d0

 

Rosenbaum CD, Carreiro SP, Babu KM (2012) Here today, gone tomorrow...and back again? A review of herbal marijuana alternatives (K2, Spice), synthetic cathinones (bath salts), kratom, Salvia divinorum, methoxetamine, and piperazines. Journal of medical toxicology : official journal of the American College of Medical Toxicology 8(1):15-32 doi:10.1007/s13181-011-0202-2

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