Antigamente, era usual a síntese de drogas de abuso em pequenas quantidades em laboratórios amadores. Estas substâncias eram designadas designer drugs e eram posteriormente vendidas no “mercado negro”, como sendo anfetaminas ou ecstasy (Addiction 2015). Designer drugs são drogas criadas para contornar as leis existentes, o que significa que podem ser vendidas legalmente. Geralmente estas são produzidas por modificação da estrutura química de drogas pré-existentes, ou com menor frequência, através da criação de novos compostos químicos que têm efeitos semelhantes a outras drogas ilícitas (Airuehia et al. 2015).
FORMAS DE AQUISIÇÃO DAS CATINONAS SINTÉTICAS
Atualmente, estas substâncias sofreram um aumento significativo quer na procura, quer na oferta. O mercado negro, apesar de ainda ser uma fonte a considerar, foi gradualmente substituído pelo acesso a smartshops ou pela Internet, onde estas substâncias eram facilmente adquiridas de forma legal. Efetivamente, a emergência das legal highs nos anos 2000 foi responsável pelo grande mediatismo de que estas substâncias foram alvo e que levou a que as substâncias psicoativas fossem catapultadas para as agendas políticas globais (Addiction 2015). A fim de contornar o controlo legislativo, estas drogas eram vendidas como "sais de banho", "alimentos para plantas", ou mesmo ambientadores, sempre associados ao rótulo: “Não se destina ao consumo humano”. Diversas marcas pouco explícitas de "Sais de banho" eram vendidas, incluindo Bloom, Blue Silk, Ivory Wave, Purple Wave, e Vanilla Sky (Valente et al. 2014).
Como consequência deste aumento na procura de catinonas sintéticas também um aumento na procura destas substâncias para o mercado científico, com o suposto objetivo de análise dos seus efeitos (Addiction 2015).
Um aumento do número de “suplementos alimentares” contendo estas substâncias também foi notório, sendo estes consumidos com o intuito de melhorar aspetos corporais ou mentais, permitindo que os psicoativos chegassem a novos grupos de consumidores (figura 1) (Addiction 2015).
Figura 1: Diferentes formas de aquisição de catinonas sintéticas.
BIBLIOGRAFIA
Addiction EMCfDaD (2015) New psychoactive substances in Europe. An update from the EU Early Warning System. In. Accessed 23 de Maio 2015
Airuehia E, Walker LY, Nittler J (2015) A Review of “Bath Salts”: Evolving Designer Drugs of Abuse. Journal of Child and Adolescent Substance Abuse doi:10.1080/1067828X.2013.803942
Valente MJ, Guedes De Pinho P, De Lourdes Bastos M, Carvalho F, Carvalho M (2014) Khat and synthetic cathinones: A review. Archives of Toxicology 88(1):15-45 doi:10.1007/s00204-013-1163-9