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PADRÕES DE ABUSO

 

Os “sais de banho” são fabricados de forma diferente em cada região do Mundo, pois diversos produtores desenvolvem as suas próprias receitas. Os efeitos farmacológicos dependem pureza, concentração, e da substância em uso (McGraw 2012). A síntese destes derivados da catinona é relativamente fácil, estando disponíveis na internet locais onde se podem comprar materiais de partida para a síntese dos diversos derivados, como a propiofenona ou α-bromopropiofenona (Paillet-Loilier et al. 2014).

As catinonas são principalmente encontradas sob a forma de pó esbranquiçado, contendo este misturas racémicas das diversas substâncias e os seus sais de cloridrato. Esta droga é normalmente fornecida em cápsulas ou comprimidos em forma de cristal para se assemelharem aos sais de banho reais (McGraw 2012; Paillet-Loilier et al. 2014).  

FORMAS DE EXPOSIÇÃO

 

A ingestão, quer por engolir cápsulas ou bombing (o pó é ingerido depois de ser envolvido num papel de cigarro), e insuflação nasal, mais especificamente por 'keying' (a chave é mergulhado no pó que é em seguida, inalado), são as formas de exposição a estas substâncias. Via inalatória, sublingual, injeção intravenosa ou intramuscular e administração rectal também têm sido relatados (Valente et al. 2014) (figura 1 e 2).  

 

 

 

 

 

 

Figura 1: Diferentes formas de exposição a catinonas sintéticas.

Figura 2: Exposição a catinonas sintéticas.

Independentemente da via, os efeitos psicoativos são semelhantes para as diferentes formas de exposição (Coppola and Mondola 2012). No entanto, tal como acontece com a maioria das drogas, a via de administração parece determinar o início de ação e a duração dos efeitos (McGraw 2012). As vias orais parecem estar associadas a menores durações de ação, o que pode, em muito casos, obrigar os consumidores a novas dosagens (Coppola and Mondola 2012). Muitos utilizadores preferem insuflar sais de banho frequentemente combinando esta forma de exposição com a administração oral porque assim proporcionam um início mais rápido e uma maior duração do efeito (McGraw 2012). 

DOSES TÍPICAS

A dose típica varia entre os diversos derivados. Normalmente aconselha-se às pessoas que desejam iniciar a toma destas drogas, começar com pequenas doses (50-100 mg) e ir aumentando gradualmente (150 – 250 mg). Efeitos mais pronunciados requerem normalmente doses superiores a 125mg (Paillet-Loilier et al. 2014).

Simultaneamente, é reportado em vários casos o uso concomitante das catinonas sintéticas com outras substâncias (exemplo: amfetaminas, cocaína, cafeína, metamfetaminas, alucinogénicos, álcool, etc.) de forma a amplificar o efeito desejado ou reduzir os efeitos adversos, dos quais se destaca o uso simultâneo de bloqueadores beta adrenérgicos para contrariar a taquicardia que poderá ocorrer (Coppola and Mondola 2012; Valente et al. 2014) .  

PERFIS DE ABUSO

Perfis de abuso sobre catinonas sintéticas são limitados a relatos de casos de toxicidade (German et al. 2014). Os indivíduos que consumem estes produtos têm normalmente uma história prévia no que concerne ao abuso de drogas e a sua idade varia entre adolescentes e os 40 anos (Fass et al. 2012).

Por exemplo, os utilizadores típicos de mefedrona são: adultos jovens (idade média de 25,1 anos) homens (77%) que, ou se encontram empregados ou ainda estão na escola (86%) com uma história prévia de consumo de estimulantes (96% consumo da ecstasy, 92% consumo de cocaína) (German et al. 2014). 

 

BIBLIOGRAFIA

 

Coppola M, Mondola R (2012) Synthetic cathinones: chemistry, pharmacology and toxicology of a new class of designer drugs of abuse marketed as "bath salts" or "plant food". Toxicology letters 211(2):144-9 doi:10.1016/j.toxlet.2012.03.009

 

Fass JA, Fass AD, Garcia AS (2012) Synthetic cathinones (bath salts): legal status and patterns of abuse. The Annals of pharmacotherapy 46(3):436-41 doi:10.1345/aph.1Q628

 

German CL, Fleckenstein AE, Hanson GR (2014) Bath salts and synthetic cathinones: an emerging designer drug phenomenon. Life sciences 97(1):2-8 doi:10.1016/j.lfs.2013.07.023

 

McGraw MM (2012) Is your patient high on "bath salts"? Nursing 42(1):26-32; quiz 32-3 doi:10.1097/01.NURSE.0000408493.33519.d0

 

Paillet-Loilier M, Cesbron A, Le Boisselier R, Bourgine J, Debruyne D (2014) Emerging drugs of abuse: current perspectives on substituted cathinones. Substance abuse and rehabilitation 5:37-52 doi:10.2147/sar.s37257

 

Valente MJ, Guedes de Pinho P, de Lourdes Bastos M, Carvalho F, Carvalho M (2014) Khat and synthetic cathinones: a review. Arch Toxicol 88(1):15-45 doi:10.1007/s00204-013-1163-9

 

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